Maior comunidade periférica do Brasil com nome de Santo Antônio está em Salvador 2z4m
Baixinha de Santo Antônio está encravada em região de antigo quilombo. Mais cinco estados têm favelas com o nome do santo 6p4660
Com 3.641 moradores, a comunidade da capital baiana enfrenta problemas urbanos típicos de locais afastados do centro, mas se destaca pela história, cultura e festejos juninos. Além da Baixinha, Salvador abriga outro bairro periférico batizado com o nome de Santo Antônio, cujo apelido é Quebra Bunda.
Baixinha de Santo Antônio é a maior comunidade periférica do Brasil com o nome do santo católico comemorado em 13 de junho. Localizada em Salvador, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui 3.641 habitantes. Situada na região centro-oeste da capital baiana, está encravada no território de São Gonçalo do Retiro. 3ku7
“A região começou a ser povoada por volta de 1950. É fruto de sucessivas ocupações espontâneas. É periférica, o pessoal usa também comunidade, mas não é todo mundo que se sente à vontade com o nome favela. Tem gente em Salvador que acha ofensivo”, explica o historiador Adson Brito do Velho.
No século 18, o território abrigava o Quilombo do Cabula. “Ali surgiram as primeiras fazendas de laranja que abasteciam parte de Salvador. Cabula significa lugar de afastamento de males e remete a um toque musical de alerta para a guerra. Os vários bairros na região estão crescendo muito”, diz Velho.
Uma das festas juninas importantes do calendário da região é a Sussuarana – Festa Junina da Paróquia São Daniel Comboni, em 15 de junho. Há uma segunda comunidade periférica na Bahia, também em Salvador, que leva o nome do santo católico: Chácara Santo Antônio, ou Quebra Bunda, com a maior proporção de população preta da capital, quase 90% segundo o IBGE.
Baixinha de Santo Antônio e seus problemas periféricos 3z3j14
Os problemas da comunidade são aqueles comuns em periferias: ausência de saneamento, iluminação, transporte regular, vias pavimentadas e o risco de deslizamentos durante o período de chuvas.
Uma tentativa de melhorar a estrutura do Baixinha de Santo Antônio aconteceu em 2014. O governo da Bahia lançou o Concurso Nacional de Ideias em Arquitetura e Urbanismo para requalificar a Baixinha, no âmbito do programa piloto Bairro da Gente.
Em 2017, foram instalados mais de dois mil metros de proteção nas encostas do bairro pela Prefeitura de Salvador. O revestimento é composto de PVC e um tecido, que recebe em chapisco jateado de cimento, areia e aditivos, para a prevenção de erosão.
Após a pandemia, problemas antigos permaneceram, como a existência de somente uma linha de ônibus para servir a Baixinha e a região de São Gonçalo. A espera chegava até 1h40, segundo reportagem da imprensa local.
Santo Antônio batiza favelas em outros estados 1hn6g
Entre os três santos católicos comemorados em junho — Santo Antônio, São João e São Pedro — o primeiro a ser homenageado, no dia 13, é Santo Antônio, que dá nome ao menor número de favelas entre eles. São nove, de um total de cem, segundo o IBGE.
Além das duas comunidades em Salvador, há uma em Pernambuco (Alto Santo Antonio, em Camaragibe), outra no Rio de Janeiro (Loteamento Santo Antônio, em Araruama) e a terceira no Paraná, na cidade de Campo Magro, chamada Campo de Santo Antonio.
Santo Antônio dá nome a favelas em seis estados, atingindo o Amazonas, em Itacoatiara e Tabatinga, também chamadas de Prainha e Igarapé. Outro estado que tem duas favelas com o nome de Santo Antônio é São Paulo: há uma pequena favela em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, a Vila Santo Antônio, com 296 moradores.
A segunda maior favela do Brasil com nome de Santo Antônio está em Campinas (SP), o Jardim Santo Antônio, próximo ao aeroporto de Viracopos. Tem 3.641 habitantes, segundo o IBGE. Nos dias 13, 14 e 15 de junho, será realizada a 37ª Festa de Santo Antônio, na Paróquia Santo Antônio.