Corinthians: Polícia encontra movimentação suspeita em conta de Augusto Melo 502y4c
Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, está no centro de um escândalo que envolve acusações graves, como lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa. O caso gira em torno do contrato de patrocínio firmado com a casa de apostas VaideBet, assinado em dezembro de 2023. Avaliado em R$ 360 milhões por três anos, o […] 3p3u16
Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, está no centro de um escândalo que envolve acusações graves, como lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa. O caso gira em torno do contrato de patrocínio firmado com a casa de apostas VaideBet, assinado em dezembro de 2023. Avaliado em R$ 360 milhões por três anos, o acordo foi, à época, o maior da história do futebol brasileiro. 3s2x6i
Contudo, conforme a Polícia Civil apurou, o contrato teria sido utilizado para desviar recursos do clube por meio de uma intermediação fictícia. Segundo os investigadores, Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design, foi incluído de maneira deliberada na negociação.
"Cassundé não intermediou nada, o que era de conhecimento de Augusto Melo, como dos demais dirigentes", relatou a polícia.
Rota do dinheiro e indícios de ligação com o PCC
As investigações identificaram que parte dos R$ 1,4 milhão recebidos pela empresa de Cassundé foi reada à UJ Football Talent Intermediação Ltda, apontada como vinculada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com o relatório, a quantia percorreu diversas empresas de fachada, incluindo a Neoway Soluções Integradas e a Wave Intermediações Tecnológicas, até alcançar a UJ Football, que teria recebido mais de R$ 874 mil.
A delação de Vinicius Gritzbach, assassinado em novembro de 2024, foi fundamental. O empresário revelou que Danilo "Tripa", agente de jogadores da Série A, atuava como braço da facção criminosa no mercado esportivo.
O que diz a defesa de Augusto Melo
A defesa de Augusto Melo declarou que recebeu com "incredulidade e indignação" o relatório final do inquérito, ressaltando que o presidente "não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso". Além disso, o Corinthians, por meio de nota oficial, afirmou que "é vítima das circunstâncias investigadas" e que cumpre rigorosamente todas as obrigações legais e contratuais.
A UJ Football também negou qualquer ligação com o crime organizado e alegou que os rees recebidos estavam relacionados à intermediação da transferência do atleta Emerson Royal ao Barcelona. A empresa destacou que nunca foi formalmente investigada e que suas operações são regulares e declaradas.
Depósitos suspeitos
Paralelamente, um relatório bancário revelou depósitos considerados incomuns na conta pessoal de Augusto Melo. Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, foram identificados R$ 152.070 em espécie, frequentemente em valores abaixo de R$ 2 mil — patamar usado, segundo a Polícia Civil, para "burlar mecanismos de controle" exigidos pelo Banco Central. Esses depósitos cessaram após o início das denúncias do caso.
Chamou a atenção também a participação de Carlos Eduardo Melo Silva, o Kadu Melo, sobrinho de Augusto e conselheiro do clube. O nome dele apareceu em transferências via Pix logo após os depósitos em dinheiro. A polícia entende que o padrão reforça a suspeita de fragmentação de valores com o objetivo de mascarar a origem do montante.
Afastamento e novos desdobramentos
O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o afastamento de Augusto Melo da presidência, decisão que ainda aguarda ratificação dos sócios. Também foram indiciados Marcelo Mariano, ex-diretor istrativo; Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing; e Alex Cassundé.
Por fim, a Justiça de São Paulo negou o habeas corpus solicitado pela defesa do dirigente, e o Ministério Público pode, agora, apresentar denúncia formal. Caso aceita, os envolvidos se tornarão réus em processo penal.