Antes da reunião da ONU sobre oceanos, cientistas publicam recomendações para preservação marítima 513zw
Mais de 2 mil cientistas estão reunidos em Nice, no sul da França, para a terceira conferência One Ocean Science, promovida pela Organização das Nações Unidas, de 9 a 13 de junho. Poucos dias antes da abertura do evento, o comitê científico da conferência publicou um manifesto com recomendações para proteger melhor o oceano, um "bem comum essencial para sustentar a vida e a prosperidade" na Terra. 1h6q3h
Mais de 2 mil cientistas estão reunidos em Nice, no sul da França, para a terceira conferência One Ocean Science, promovida pela Organização das Nações Unidas, de 9 a 13 de junho. Poucos dias antes da abertura do evento, o comitê científico da conferência publicou um manifesto com recomendações para proteger melhor o oceano, um "bem comum essencial para sustentar a vida e a prosperidade" na Terra. 1h6q3h
As orientações do comitê científico da One Ocean Science também serão apresentadas oficialmente aos chefes de Estado e de governo neste domingo (8).
Elas estão estruturadas em torno de 10 temas, entre eles a descarbonização do transporte marítimo, o compartilhamento da riqueza derivada dos recursos genéticos marinhos, o combate à pesca ilegal e a eliminação de certos subsídios que incentivam a pesca excessiva. Mas o tópico destacado pelos dois presidentes do congresso é o clima.
"Se quisermos evitar muitas ondas de calor marinhas, se não quisermos uma mortalidade maciça de corais, devemos respeitar o Acordo de Paris, ou seja, reduzir as emissões de gases de efeito estufa", explica François Houllier, presidente do Ifremer, instituto francês de pesquisa dedicado à compreensão dos mares.
Entre as medidas propostas está também eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. Quanto à biodiversidade, os cientistas incentivam os países a ratificar o Tratado de Alto Mar, assinado por 81 países em 2023, visando combater as ameaças e enquadrar a exploração do marítima, resguardando cerca de 30% dessa área do planeta até 2030.
"Mas é muito importante que ele seja ratificado, tanto por causa das disposições contidas no tratado quanto porque, quando ele entrar em vigor, haverá uma COP que levará os Estados a se comprometerem mais firmemente do que o fazem hoje com sua proteção", explica François Houllier.
Jean-Pierre Gattuso, diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), também insiste em acelerar a implementação da meta internacional de proteção dos oceanos, mirando em 30% até 2030.
"Desses 30%, 10% devem ser fortemente protegidos. E há muito trabalho a ser feito nesse sentido. No Mediterrâneo, por exemplo, apenas 0,6% é estritamente protegido, o que é totalmente insuficiente", explica Gattuso.
Proteger os oceanos significa combater a poluição plástica. Os cientistas recomendam reduzir sua produção. Esse é um ponto de tensão nas negociações internacionais em andamento sobre essa questão.